Um estudo realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e Pastagens, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq) avaliou a inclusão de hidrolisados de quatro diferentes fontes proteicas em dietas para dourado.

Evandro Kleber Lorenz, autor da tese, desenvolveu o trabalho no Setor de Piscicultura, sob a orientação do professor José Eurico Possebon Cyrino, do departamento de Zootecnia da Esalq, com auxilio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp, Processo 2013/16023-0). “Introduzimos hidrolisados de resíduos de abate de tilápias e de atum, além de fígados de aves e de suínos”, conta o pesquisador.

Segundo Lorenz, os resultados demonstraram que a farinha de peixe pode ser substituída por hidrolisado de fígado de suíno em até 140 g kg^-1 sem prejudicar o desempenho produtivo, porém, o nível de inclusão em que ocorreu o melhor ganho de peso foi calculado em 111 g kg^-1.

A tese originou duas publicações em periódicos de relevância científica reconhecida. O artigo Dietary Protein Hydrolysates from Animal By-Products: Digestibility and Enzymatic Activity for Dourado Salminus brasiliensis, foi publicado no Journal of Aquatic Food Product Technology. Na revista Aquaculture, Lorenz publicou o artigo Performance, hematology and immunology of Salminus brasiliensis fed diets containing swine liver hydrolysate. Este último, ganhou ainda destaque no site Aquafeed.com [2], com reconhecimento internacional na área de nutrição em aquicultura. “O manuscrito em destaque apresenta resultados sobre a avaliação do desempenho de juvenis dessa espécie alimentados com dietas contendo níveis crescentes de hidrolisado de suínos em substituição a farinha de peixe”.

A pesquisa traz uma contribuição pioneira para o estudo sobre o uso de hidrolisados na alimentação e nutrição de peixes carnívoros e seu efeito em parâmetros hematológicos e imunológicos. “Sugerimos que mais estudos devam ser conduzidos com o propósito de aprofundar o conhecimento sobre a utilização desse ingrediente em dietas aquícolas”. Parte desse trabalho de aprofundamento científico está em desenvolvimento por meio de Projeto de Pós-doutoramento de Evandro, com auxílio da Fapesp (Processo 2017/15931-0).

Texto: Caio Albuquerque (04/04/2018)